- SEEB Juazeiro
Novo Congresso Nacional continua conservador
Os 513 deputados federais e 27 senadores eleitos no dia 2 de outubro de 2022 tomaram posse nesta quarta-feira (1º/2), em Brasília, para a legislatura 2023-2027. Juntos, Câmara e Senado formam mais um ciclo legislativo com um parlamento conservador, com bancada empresarial cinco vezes maior que a trabalhista, e predominantemente branco e masculino.
Na Câmara, a maior bancada eleita foi do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro: 99 deputados. Em seguida, vem a federação PT-PCdoB-PV, com 81. Depois, União (59), PP (47), MDB e PSD (42 cada) e Republicanos (40).
Entre os deputados, apenas 5% se declaram pretos e outros 21%, pardos. Os de origem indígena não chegam a 1%. E os brancos representam 72% da Câmara. Os homens são 82% do total. Há aproximadamente 250 com patrimônio superior a R$ 1 milhão – sendo 26 com R$ 10 milhões a R$ 100 milhões.
Entre as bancadas, a eleição reforçou o perfil conservador do parlamento. Os deputados ligados ao sindicalismo, por exemplo, são 41, apenas um a mais do que na legislatura anterior. Já chegaram a ser 72 (2011-2015) e durante bom tempo se mantiveram com 60 representantes. Por sua vez, a bancada empresarial na Câmara vem encolhendo, mas ainda reúne 210 nomes, ante 242 há quatro anos. Cinco vezes mais que a sindical.
Para o analista Marcos Verlaine, isso aconteceu porque a esquerda, de forma geral, ainda não dá a devida atenção ao voto para o Legislativo. “O pensamento progressista brasileiro não tem se preocupado com as eleições parlamentares”, lamenta. Uma composição maior nas federações partidárias, por exemplo, poderia aumentar a representação progressista.
No Senado, dos 27 que vão tomar posse para um mandato de oito anos, cinco foram reeleitos: Davi Alcolumbre (União-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Romário (PL-RJ) e Wellington Fagundes (PL-MT).
A bancada feminina tinha encolhido, mas começa com 15 senadoras, com quatro suplentes que substituirão ministros nomeados por Lula. Assim, hoje, se fossem uma bancada partidária, seria a maior da Casa. O quadro geral ainda pode mudar, com o movimento de filiação nos últimos dias.
A composição do Congresso mostra que a situação não será fácil para os trabalhadores, que, pelo menos, não contarão também um presidente contrário aos seus interesses como Jair Bolsonaro. A expectativa é que o governo Lula atue pelas pautas trabalhistas e os interesses da população mais vulnerável.
Feeb Base
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