Fechamento de agências do Itaú e Bradesco na Bahia afeta mais de 70 mil clientes e gera insegurança entre bancários
- SEEB Juazeiro
- 30 de jun.
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Os bancos privados Itaú e Bradesco seguem promovendo o fechamento de agências em Salvador e em diversas cidades do interior da Bahia, deixando mais de 70 mil clientes sem atendimento presencial adequado e gerando apreensão entre os trabalhadores do setor bancário.
Na capital, o Itaú já encerrou ou anunciou o encerramento das agências localizadas nos bairros de Brotas, Cabula e Imbuí, únicas unidades da instituição nesses bairros. Com isso, clientes estão sendo direcionados para bairros mais distantes, e cerca de 72 mil pessoas, entre elas muitos aposentados e beneficiários do INSS, serão diretamente impactadas. Embora o banco afirme que não haverá demissões, os funcionários ainda não receberam definição sobre suas transferências.
No interior, o Bradesco já desativou ao menos 26 agências em municípios como Mucugê, Mar Grande, Cairu, Rodelas, Ibitiara e Laje. Em diversas localidades, essas agências eram as únicas disponíveis, o que aumenta ainda mais os transtornos à população, sobretudo para quem depende do atendimento presencial.
A Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (FEEBBASE) denuncia que o fechamento das agências desrespeita clientes e trabalhadores. A redução dos serviços físicos, sob o argumento da digitalização, ignora a realidade de milhares de brasileiros, especialmente idosos, pessoas com baixa escolaridade e moradores de regiões com acesso precário à internet.
A diretora da Feebbase e membra da Comissão de Organização dos Empregados (Coe) do Itaú, Luciana Dória, alerta para os riscos desse processo:
“Essa é uma situação preocupante e demonstra a falta de empatia e responsabilidade social do banco privado mais lucrativo do país. O fechamento acelerado das agências do Itaú está provocando desemprego e impactando a acessibilidade do atendimento presencial ao deslocar contas para bairros mais distantes. Essa atitude viola veementemente as normas do Banco Central e o direito consumerista de milhares de clientes.”
Já a presidenta da FEEBBASE, Andreia Sabino, reforça a crítica à postura adotada pelos bancos:
“Nossa maior preocupação mesmo com a comunicação prévia aos clientes e funcionários é o fechamento de agências em bairros populosos. No ano passado já perdemos unidades importantes, como as da Piedade e da Liberdade. Agora, com o encerramento de Brotas, Imbuí e Cabula, os clientes ficarão sem opções próximas. O banco parece não realizar nenhum estudo de impacto e segue promovendo esses fechamentos de forma desenfreada.”
Apesar da redução drástica no número de unidades físicas, os lucros seguem em alta. O Itaú fechou o primeiro trimestre de 2025 com R$ 11,12 bilhões de lucro líquido recorrente, um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
FEEB BA
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