Na pandemia, governo segura dinheiro do brasileiro
O governo Bolsonaro atrapalha mais do que ajuda no enfretamento da pandemia de Covid-19. De fevereiro até agora, editou 11 Medidas Provisórias que deveriam ofertar recursos no combate aos efeitos da crise, porém, dos R$ 220 bilhões de dotações abertas, somente R$ 24 bilhões foram pagos.
Só os bancos receberam R$ 17 bilhões para emprestar às empresas para quitarem a folha de salários. Mas, o Tesouro financia 85% no caso das empresas de médio porte. Mesmo já tendo recebido 50% dos valores, poucos empréstimos devem ser aprovados pelas organizações financeiras sob a justificativa do risco. Piorou as microempresas, que têm menos garantias.
Para o povo, incentiva demissões, reduções de jornadas e salários e a suspensão dos contratos de trabalho, em acordos individuais. Enquanto isto, só destinou para os outros gastos, que somam R$ 185 bilhões em autorizações, apenas R$ 7 bilhões em pagamentos. São R$ 3,5 bilhões em benefícios emergenciais (apenas 3,6%, dos R$ 98 bi disponíveis) que poderiam socorrer informais, quem trabalha por conta própria e desempregados, e R$ 3,6 bi para a saúde (só 20%, dos R$ 19 bi disponíveis).
Sem esquecer do R$ 1 trilhão que foi colocado à disposição do sistema financeiro nas ações de política monetária adotados pelo Banco Central. O governo deveria minimizar os efeitos da pandemia causada pelo coronavírus. Ao invés disto, nega recursos para quem perdeu renda e emprego, para micro e pequenas empresas e todos que precisam da saúde e do Estado.