Para manter padrão, autônomo trabalha dobrado
Fruto da política de austeridade e do desemprego, os trabalhadores recorrem ao trabalho autônomo para garantir subsistência. Mas se engana quem pensa que isso é sinônimo de comodidade. Segundo pesquisa Datafolha, é necessário trabalhar o dobro para manter o mesmo salário e os benefícios da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Os dados revelam que 12,7 milhões de pessoas foram empurradas para fora do mercado formal desde o golpe. O número de autônomos saltou de 22,2 milhões em agosto de 2016 para 23,3 milhões no mesmo mês de 2018. Desejo de muitos, solução para outros. Em ambos os casos o erro mais comum é se iludir com os ganhos brutos elevados.
O custo extra que mais pesa no orçamento dos informais é o plano de saúde. Se antes era custeado pelas empresas, agora é pago integralmente pelo trabalhador. Muitos também esquecem que não terão mais contribuição do FGTS, 13º salário e ganho de um terço de férias.
É necessário ao trabalhador fazer um planejamento, já que precisará trabalhar mais para compensar as perdas dos benefícios garantidos pela lei no regime CLT. Entre a programação do novo empreendimento, deve ser feito uma análise prévia do produto ou serviço, juntamente com uma pesquisa de mercado, noção de concorrência, além de ter uma reserva financeira de 6 a 12 meses de funcionamento das atividades.