No Brasil, os bancos discriminam as bancárias
Os bancos gastam muito em publicidade para fazer imagem de "bons moços", mas, na realidade, discrimina. Só com propaganda BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander destinaram R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre. Mesmo assim nega direitos. Um exemplo foi a proposta que tirava parte da PLR das trabalhadoras em licença-maternidade.
A intenção era pagar o benefício proporcional aos dias trabalhados. No entanto, tem mais. Embora ocupem 49% do total de postos de trabalho no setor, a mulher tem salário médio menor, cerca de 77% da remuneração do homem. A discriminação acontece na contratação e na dispensa.
Não é só isso. Outros exemplos deixam ainda mais evidente a discriminação. Cerca de 80% das mulheres que trabalham no setor têm nível superior completo, enquanto o percentual entre os homens cai para 74%, no entanto elas têm muito mais dificuldade no acesso a cargos mais altos.
Para se ter ideia, no Santander, 161 homens ocupam cargo de diretor e as mulheres não passam de 33. Nos cargos gerenciais são 655 bancários e apenas 234 bancárias, enquanto que o quadro de pessoal do banco é formado por 59% de mulheres.
Situação muito parecida no Itaú. A diretoria é composta por 94 homens e apenas 13 mulheres. Nem os bancos públicos escapam. No BB, somente uma funcionária ocupa a diretoria estatutária. Os homens são 36. Na Caixa, apenas 7% dos cargos de dirigentes estão ocupados por mulheres.