Juros altos do BC impedem crescimento econômico
O Banco Central usou o relatório Focus para indicar que irá manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% nas próximas duas reuniões, previstas para este mês e agosto. Ao levar em consideração somente um grupo restrito do sistema financeiro para estabelecer a política monetária, o BC ignora o fato de afetar negativamente a economia, os níveis de emprego, de endividamento e as condições de vida do povo.
Na prática, deixa nas mãos de instituições financeiras, bancos e agentes econômicos a decisão de o Brasil crescer ou manter a economia estagnada, impedindo a geração e manutenção de empregos. Manter a taxa básica neste patamar, descontado o custo da inflação, o país seguirá com o maior nível de juro real do mundo, em torno de 7%.
É evidente que os juros elevadíssimos dificultam os gastos e aumentam o endividamento das famílias. A parcela das famílias com dívidas (em atraso ou não) chegou a 78,3% em abril deste ano. As famílias inadimplentes de todas as classes sociais chegam ao índice de 29,1%, abaixo dos 29,4% de março. É o que aponta o estudo “Desempenho dos bancos 2022”.
O Banco Central elevou a Selic de 2% para 13,75% ao ano entre janeiro de 2021 e setembro de 2022. Alta de quase sete vezes. O argumento do BC de que mantém a Selic tão elevada para controlar a inflação é pura conversa.
Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mostram desaceleração da inflação no país. Além da política de redução no preço de combustíveis aplicada recentemente pelo governo também reduzir as projeções para a inflação neste ano.
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