As LER/Dort continuam assombrando os bancários
Os bancários estão entre as categorias com maior incidência de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Foram 39 mil trabalhadores afastados pela doença em 2019, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (atual Ministério do Trabalho). Quando se trata dessas doenças ocupacionais, os bancários adoecem 150% mais que a população em geral, de acordo com o INSS.
Com a pandemia do coronavírus, os dados não foram atualizados, mas a perspectiva é de que situação tenha se agravado, pois com o home office, muitos trabalhadores ficaram sujeitos a equipamentos inadequados que favorecem o surgimento das LERs/Dorts.
Pesquisadores do tema apontam ainda a ligação forte das LERs/Dorts com o adoecimento mental. As pessoas acometidas pelas LER/Dort podem sofrer de transtornos psíquicos, como a depressão, por exemplo, em consequência dos problemas que passa a enfrentar.
“Os problemas musculoesqueléticos, notadamente as LER/Dort, e os transtornos psíquicos relacionados ao trabalho são caracterizados por serem extremamente disseminados, ocorrerem em massa, em centenas de ramos econômicos e por serem resultado de uma conjunção de determinantes relacionados ao modelo econômico do país, às formas de organização de setores econômicos, à organização e à gestão do trabalho”, afirmou a médica e pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, em debate alusivo ao Dia Mundial de Combate às LER/Dort, 28 de fevereiro.
A doença encontra campo fértil na categoria bancária, onde os trabalhadores sofrem com cobranças e sobrecargas, que adoecem o corpo e a mente. A diminuição de casos só vai ocorrer, quando os bancos mudarem a forma de gestão de trabalho, valorizando os funcionários e garantindo um ambiente saudável para todos.
Até lá, as entidades sindicais continuarão cobrando condições adequadas de trabalho, o fim da pressão por metas, da sobrecarga de trabalho e garantia de emprego nos bancos. Fonte: FEEB
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