Demissões continuam. Mesmo com lucro bilionário

Os bancos em atividade no Brasil vivem em uma bolha. Nada os atingem, nem mesmo a crise na economia nacional. A força política que têm no governo de Bolsonaro e a cobrança de juros estratosféricos ajudam a explicar. Nos nove primeiros meses do ano, o resultado parcial passou dos R$ 70 bilhões.
Em contrapartida, demitem. Só em outubro fecharam 3.051 postos de trabalho. No acumulado de 10 meses, são menos 6.379 vagas no setor mais lucrativo da economia nacional, aponta o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
As demissões acontecem paralelamente a um processo crescente de exclusão imposta aos clientes, obrigados a utilizarem os serviços digitais – a nova moda do setor. Mas, os bancos ignoram o fato de que pelo menos 39% dos lares brasileiros – cerca de 27 milhões – estão desconectados. Outras 42,1 milhões de residências acessam a rede via banda larga. A maioria dos excluídos se concentra nas classes D e E, conforme aponta pesquisa do Comitê Gestor de Internet.
Rotatividade alta
Os bancos ganham muito tempo com a rotatividade, uma prática antiga e muito utilizada. Os dados do Caged mostram que, em outubro, o salário médio dos bancários que ingressaram no setor (R$ 4.414,00) corresponde a apenas 60% do que recebiam em média os trabalhadores desligados (R$ 7.389,00).