Jornada dupla rende 3 horas a mais de trabalho para mulher
De acordo com a "Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua: Outras formas de trabalho - 2016", divulgada nesta quinta-feira (07/12) pelo IBGE, a jornada semanal das mulheres dura em média 2,9 horas a mais do que a dos homens, considerando o tempo dedicado ao emprego e às atividade diretamente relacionadas à casa e seus moradores.
A "dupla jornada feminina" (incluídos o trabalho forma, os afazeres domésticos e o cuidado de pessoas como filhos) ocupa em média 54,4 horas semanais, ao passo que a masculina fica, na média, em 51,5 horas por semana. Os dados consideram, neste caso, apenas pessoas de 14 anos ou mais de idade.
O IBGE detalhou separadamente as funções exercidas nos afazeres domésticos (limpar, passar, cozinhar, pagar contas, cuidar de animais) e cuidado de pessoas (filhos e idosos). Em ambos os casos, as atividades eram realizadas mais por mulheres.
Enquanto 89,8% das mulheres realizavam afazeres domésticos em 2016, esta proporção era de 71,9% para os homens. Elas dedicavam em média 20,9 horas em média para essa atividade, quase o dobro das 11,1 horas masculinas. Nesse caso, são consideradas pessoas que trabalham ou não.
A pesquisa mostra que a prática dos afazeres domésticos tem início cedo, já que 80% das filhas realizam afazeres domésticos, contra 57,6% dos filhos. Existe uma grande diferença nas atividades desempenhadas por cada sexo. A proporção de homens que diz ler, jogar ou brincar (72,1%) e fazer companhia em casa (81,2%) é mais próxima das declaradas pelas mulheres (74% e 88,6% aproximadamente).
Quando o assunto é ajudar em cuidados pessoais e na educação, a discrepância entre os sexos cresce. Enquanto 65% deles declaram contribuir com os cuidados pessoais de alguém, 86,9% delas se dizem ocupadas com tais funções. Na educação, 58,8% deles participam, contra 71,7%.