Bradesco demite com lucro bilionário
Com lucro líquido ajustado exorbitante de R$ 14,162 bilhões nos nove primeiros meses de 2017, o Bradesco reduziu 9.234 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado, apesar da incorporação dos trabalhadores do HSBC em setembro de 2016.
O banco inglês tinha aproximadamente 20 mil trabalhadores. Atualmente, o quadro de funcionários conta com 100.622 empregados. O lucro do Bradesco representa um crescimento de 11,2%, em relação ao mesmo período de 2016 e de 2,3% no trimestre.
É um absurdo que os números não representem nenhuma contrapartida social por parte do Bradesco e com redução no pagamento de impostos. A manobra é investigada pela Receita Federal.
O banco fechou quase 500 agências e eliminou mais de 9000 postos de trabalho, sem contabilizar todo o PDVE (Plano de Desligamento Voluntário Especial), já que o balanço é até setembro e ainda há pessoas sendo demitidas. Foram abertos apenas seis novos postos de atendimento. Os representantes dos bancários vão cobrar reposição das vagas e promoção dos funcionários que ficaram executando a função dos que saíram.
Como o prazo para o efetivo desligamento dos empregados através do PDVE, anunciado pelo banco em julho, é de até 180 dias, o número será ainda maior até dezembro. O lucro líquido ajustado do período é composto de 70,9% de atividades financeiras e 29,1% de atividades de seguros, previdência e capitalização. Houve crescimento de 13,0% em doze meses na receita com prestação de serviços mais tarifas bancárias. Um total de R$ 17,8 bilhões.
A empresa teve aumento nas despesas de pessoal em 32,2%, em função, em parte da entrada dos funcionários oriundos do HSBC, mas também pode ser reflexo do PDVE, atingindo R$ 16,4 bilhões. Em setembro de 2017, a cobertura das despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 123,7%.